Moradores e vereadores de Rio Preto da Eva denunciam desvio de recursos da educação.

Audiência pública no Rio Preto da Eva

Abandono da Educação, falta de transporte escolar para estudantes da zona rural e suspeita de desvio de recursos federais. Estas foram as principais denúncias que os moradores de Rio Preto da Eva fizeram nesta segunda-feira, 11, ao presidente da Comissão de Educação, Cultura e Assuntos Indígenas da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), deputado Sidney Leite (PROS).

As denúncias foram feitas em audiência pública na Câmara Municipal de Rio Preto da EVA, por solicitação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Siserp), Fernandez Silva.

Segundo os vereadores presentes na audiência pública, a  prefeitura desviou R$ 400 mil de um convênio federal no valor de R$ 1,2 milhão, para aquisição de quatro ônibus escolares. A denúncia já foi apresentada à Polícia Federal.

O deputado Sidney Leite afirmou que irá encaminhar as denúncias ao Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (no caso das denúncias de desvio de recursos federais). “Amanhã mesmo (nesta terça-feira) farei requerimento à Secretaria Estadual de Educação (Seduc), para que o transporte seja feito diretamente pelo órgão, sem que haja repasse de recursos para a Prefeitura de Rio Preto da Eva”, afirmou.

O quadro da Educação na zona rural de Rio Preto da Eva, relatado pelos moradores, inclui: crianças fora das salas de aula por falta de transporte, ramais que ficam intransitáveis por causa da chuva e da precariedade dos terrenos, falta de combustível para os veículos, salas sem cadeiras e falta de monitores para tomar conta das crianças nas embarcações. De acordo com o presidente do Siserp , a folha da prefeitura de rio Preto da Eva para a Educação é de R$ 500 mil por mês, sendo que o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Funde) libera R$ 1 milhão por mês. “Dá pra pagar a folha e ainda sobra, mesmo assim, os alunos estão abandonados. A Prefeitura diz que não tem dinheiro, mas só pelo Fundo já foram liberados R$ 9 milhões este ano”, denuncia o presidente do Siserp.

“Nós estamos numa situação de abandono na zona rural”, disse a moradora Rosimary da Silva. Ela contou que seu filho, que estuda o 6º ano Fundamental, na Escola Divino Espírito Santo, só teve três dias de aula, em setembro. “O transporte não passa nos ramais quando chove. Os alunos ficaram 45 dias sem aula”, reclamou o morador Francisco das Chagas.